Vivência de perdas e luto em todas as idades
Considerando que o luto não diz respeito apenas a morte de pessoas próximas, mas a perdas diversas, inclusive aquelas decorrentes de adaptação a nova condição de vida, neste sentido estamos aqui contemplando etapas ou fases do curso da vida, como: infância, latência, adolescência, vida adulta e envelhecimento.
De um modo geral a caracterização de cada uma delas implica em mudanças corporais e psicossociais, aquisição de novas condutas e hábitos de vida. Assim caracterizamos algumas destas mudanças inerentes a determinadas fases da vida, que mesmo consideradas normais, nem por isso deixam de ser desencadeantes de crise psicossocial, estresse e/ou vivencia de perdas.
Sendo o nascimento considerado uma primeira separação, seguida do desmame, retirada das fraldas, ida a escola, nascimento de irmão, alguns exemplos de eventos significativos da primeira infância.
Já a adolescência, que caracteriza a passagem da infância para a vida adulta esta marcada pela necessidade de realização de lutos como: perda do corpo infantil e dos pais da infância. Também se trata de buscar e valorizar um grupo de iguais para pertencer e afastamento do grupo primário familiar. Portanto situação de mudança psicossocial e perdas para o adolescente e sua família.
No curso da vida as mudanças orgânicas, psíquicas e sociais, esperadas e tidas como normais, mas que implicam em separações e perdas, também requerem um luto, que depende da posição subjetiva de cada um em relação a falta. Podemos acrescentar posição esta de cada qual, própria e singular em relação a como tem elaborado o complexo de castração, o núcleo da realidade psíquica.